Se tem um lugar ideal para guardar o passado, é no passado. 

O que passou, passou, e você não tem mais acesso, senão por sua memória. Temos boas lembranças e outras nem tão boas. Estranho é pensar que, em geral, são as piores que ocupam maior espaço em nossos pensamentos. Algumas chegam a nos atormentar, nos tiram o sono e o bem-estar.

Tanta coisa boa aconteceu, pra gente simplesmente ignorar e focar nas más memórias. Tenho certeza que nessa vida você já teve bons momentos em que sorriu.

Aquilo de ruim que passou pode ser tratado, pode ser curado, mas acima de tudo, deve ser deixado no passado. O presente, como o próprio nome diz, é nos dado como uma oportunidade de novas experiências a todo momento. Podemos, agora mesmo, fazer escolhas diferentes. Quem você quer ser? Com quem quer estar? O que quer viver? Como quer se lembrar do seu passado?

Recentemente, mês passado, meu carro deu PT do nada. Provavelmente foi arranhado em algum quebra-mola, o que danificou o câmbio por baixo. Nem eu sei o que houve. A solução seria trocar a peça. Preço do câmbio automático: R$ 73 mil. O seguro optou por dar perda total. Fiquei arrasada. Muito apegada que eu era à uma das minhas melhores companhias há 5 anos, a Merlot (meu carro), chorei como se alguém próximo tivesse morrido. Aos que convivem comigo e dizem que não tenho lágrimas, bom… eu tenho, só são raras. Nesse dia, chorei largada. Foi repentino e me pegou de surpresa. Tudo isso aconteceu em 2 horas. Um dia eu estava andando de carro, de repente, deixei ele na oficina para nunca mais vê-lo. Fora o preju, pois o mesmo carro 0km estava 50 mil a mais que a indenização que recebi.

Naquele momento, eu tive a certeza de que aquilo tinha que acontecer, por algum motivo. Também acredito que não há progresso no apego. Aprendi com as dores da vida que desapego, no fundo, é maravilhoso. Soltar o que doeu é se abrir para o bem-estar, aguardando o novo chegar.

O que muitos não sabem é que dias antes, cerca de 1 mês, fui ajudar minha mãe a trocar o carro dela. Enquanto ela via as melhores opções pra ela, eu entrava nos melhores carros. Os “top de linha”. Sentia o conforto, o espaço. Fuçava o painel, perguntava dos acessórios e simulava as parcelas, como se eu fosse de fato comprar. Aquilo me deu um desejo profundo de carro novo, que eu estava longe de realizar, uma vez que eu jamais gastaria dinheiro de viagem em um carro. Jamais. Até porque, eu já estava com uma viagem para a Itália programada para 2025 e sem nenhuma necessidade de trocar meu carro impecável que, apesar de seus 5 anos, tinha apenas 28 mil km rodados. 

Se você é meio espiritual, como eu, vai entender o que aconteceu a seguir. Meu carro começou a dar alguns problemas que nunca havia dado, como não ligar. Eu tinha trocado a bateria recentemente, não era isso. Girava a chave e não ligava. Comentei com a minha psicóloga, igualmente espiritualizada como eu, que meu desejo profundo de trocar de carro estava estragando meu carro e que eu acreditava fortemente que ele iria pifar a qualquer momento. Fiquei feliz por ela não me considerar doida, pois acreditava no poder de criação das emoções também. 

Mesmo dando alguns problemas, viajei para uma cidade próxima de Brasília - Chapada - e lá novamente não queria ligar em certos momentos. Estranhei. Meu carro era intacto, bem cuidado, pouco rodado e com as revisões sempre em dia.

Depois de alguns dias, vazou o óleo e deu perda total, 30 dias depois que eu havia sentado nos melhores carros das concessionárias. 

Quer ver algo ainda mais bizarro? Veja as datas abaixo.

A primeira, do dia que entrei no carro mais caro da concessionária, versão esportiva top de linha. A segunda, quando meu carro chegou de guincho na oficina.

O Universo nem disfarça, né. Exatos 30 dias depois, cocriei uma troca de carro na marra.

[Pausa para nova cocriação: desejo ganhar na mega da virada, R$ 600 milhões. Volto daqui 30 dias.]

Cheguei a pensar que isso tinha acontecido para eu ir morar na Itália, ao invés de só visitar, uma vez que eu estaria com uma boa grana do carro. Um pensamento meio impulsivo, que logo passou. Após algumas semanas refletindo sobre o que eu faria - entre morar na Itália, viver sem carro, investir em um negócio ou comprar a moto dos sonhos - resolvi que pegaria outro carro mesmo, por diversas questões pessoais.

Que preju. Já viu os preços dos carros atualmente? Lá se ia uma viagem para a Europa. 

E assim é a vida, certo? A gente faz planos, cria sonhos, e de repente tudo muda. Ficamos sem entender. Questionamos qual a lição de tudo isso? Pode ter certeza que existe sempre uma grande lição.

A Lição de Tudo

Se você fez planos e seu rumo mudou completamente, pergunte-se quais eram seus maiores desejos.

Quando queremos ser felizes e a vida muda de rumo, nos “entristecendo”, tente perceber se a vida está, na verdade, te levando para um caminho melhor. Somos apegados ao que conhecemos, mesmo que esteja tudo uma grande porcaria. Nossa tendência é querer ficar na porcaria, sentindo mal-estar, ao invés de nos jogarmos no desconhecido.

A vida tende a nos mostrar o melhor que podemos viver. Não digo isso como otimista tóxica, mas como quem acredita em uma inteligência suprema infinitamente amorosa. Recebemos amor incondicional o tempo todo de Deus, do Universo, do Cosmos, ou o nome que você costume dar a algo que rege tudo. 

A vida não quer te sacanear. Ela quer que você seja feliz. Tudo que acontece é uma correção para o caminho da felicidade. 

Há quem não acredite em felicidade. Pois eu acredito que todos os acontecimentos da vida estão nos levam para a alegria. O problema é que a maioria das pessoas não se permite alcançar essa frequência, pelo apego que possuem às porcariais atuais que vivenciam.

Elevar de frequência, em todas as áreas, é desapegar-se do velho conhecido para receber o novo misterioso.

Objetos podem ter sido tirados de você, moradias, saúde e até mesmo pessoas. Deixe esses acontecimentos no passado. Pense que daqui pra frente, você está caminhando rumo à sua felicidade. 

Pense que o apego que te traz mal-estar só te prende no que não é bom. 

Recue o seu Retrovisor

Assim como interpreto sonhos, também interpreto acontecimentos da vida. Gosto muito de Jung. Vejo tudo com um olhar simbólico.

Nunca tive problemas com meu vizinho de garagem. Um dia, fui tirar meu carro da vaga, olhei pelo retrovisor da direita para não pegar no pilar, como sempre faço, e estava recuado, como se alguém tivesse esbarrado com o corpo. Com o carro metade pra fora, saí, dei a volta, abri o retrovisor, entrei de novo, manobrei e fui embora. Estava com pressa e logo esqueci o que tinha acontecido.

Outro dia, a mesma coisa. Aí sim eu decidi que iria ligar para o querido folgado do vizinho e pedir encarecidamente que não esbarrasse mais no meu espelho, essencial para a condução segura de um veículo. Novamente esqueci. Correria, o dia se passou, dormi. 

Pela terceira vez, cheguei no carro e lá estava o danado do retrovisor recuado. Parei em pé, em frente ao carro, por pelo menos 1 minuto. Fiz minha cara de “Nada por acaso acontece comigo, qual é a lição?”. Refleti por um tempo sobre isso. Tive a certeza que a vida não queria me ensinar a ligar para o vizinho. Até porque ele nunca fazia isso. De repente, começou a acontecer. 

Nesse dia, no caminho, fiquei pensativa. Depois de entender, falei para o Universo “Se for isso mesmo, ele não vai mais esbarrar no meu retrovisor. Agora se for só pela folga, que ele esbarre de novo e eu ligo”. 

Concluí que eu estava projetando um desejo interno de não querer mais olhar para trás, que é a função de um retrovisor. Recuado, ao tentar olhar para trás, não conseguia. Por alguma razão, eu não estava conseguindo fazer isso, mas minha vontade interior estava me dando o recado de que o melhor a ser feito seria não olhar para trás. Depois desse insight, meses se passaram e nunca mais meu retrovisor foi recuado.

Não olhar para trás é deixar o passado no passado. Sem visão traseira, só nos resta olhar para frente. 

Seguindo em frente

A consequência de deixar o passado no passado é um alívio imenso. Ao sentir isso, você perceberá o quanto é empolgante seguir em frente. O quão valioso é sentir que você receberá novas situações em sua vida!

Fico empolgada só de escrever, tamanha é a minha alegria em explicar para as pessoas que novas frequências elevadas só chegam em nossa vida se de fato tivermos coragem de enfrentar o futuro desconhecido. 

Aquilo que passou não precisa acontecer novamente. O que te feriu não irá se repetir, desde que você solte tudo isso e deixe para trás.

O novo é animador. Difícil é convencer alguém que sofreu muito que tudo pode ser diferente. Talvez você ache que está fadado ao fracasso, que tudo irá se repetir. Não irá. Confie. Rejeite tudo que se mostrar com cara de sofrimento. Aceite tudo que sentir ser algo de bom. É crucial que você tenha atenção nas suas decisões daqui pra frente, para que tudo não se repita. 

Escolha seus caminhos sabiamente, tome decisões que sempre te tragam bem-estar. 

Essa é uma grande lição da vida, e quem passar, começará a conhecer a verdadeira felicidade.

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